Edison Farah
Colegas do Fisco paulista, e também colegas do fisco nacional em todas as instâncias, municipal, estadual e federal:
Em meditação inevitável nos finais e inícios dos anos em nossas jornadas terrenas, destas que nunca escapamos por mais que queiramos, qual avestruzes, enfiar a cabeça na areia para delas fugir, entre tantos assuntos que nos afligem hodiernamente, nestes primórdios do 3º milênio , não pôde faltar a sempre cruel e dolorosa análise da nossa relação com nossa profissão, do nosso comprometimento com o nosso povo, da nossa luta pela nação, essa luta que tem se revelado inglória para aqueles que pugnam por uma civilização decente nestes trópicos.
Tenho para mim que a nossa profissão, de agentes públicos arrecadadores de tributos, está entre as essenciais para a existência de Estado-Nação que se pretenda democrático de fato, ou seja, justo na gerência e distribuição da riqueza.
Todo discurso sobre o que seja democracia, como liberdade de expressão, igualdade racial, liberdade de imprensa, erradicação de preconceitos raciais, sexuais, religiosos, etc., tudo isso é balela para se manter a escravidão da maioria do povo quando não há justa distribuição dos recursos de um país.
O Estado Brasileiro, com os três poderes, Executivo, Legislativo e Judiciário, dominados pelo poder econômico, não é democracia. É arremedo circense para ilusão do um povo anestesiado e mantido sob permanente tutela pela mídia poderosa a serviço do “status quo”.
Nesta esteira é que o fisco sério e integro, infenso a injunções de qualquer ordem, seria essencial na promoção da verdadeira democracia, junto com um Judiciário autenticamente comprometido com a JUSTIÇA
Assim, com tristeza, anexo texto (veja aqui) meu feito para a classe exatamente há 20 anos atrás, sobre a Lei Orgânica, quando então já implorava à classe que acordasse, e já previa o triste destino do fisco paulista que está, dolorosamente, se configurando, pois estamos sem dúvida nos tornando menos importantes que fiscais de feira.
Como neste dias o assunto entrou em pauta pela bela posição do fisco do Pará – liderado por este verdadeiro homem público, que honra a categoria , Charles Alcântara, a quem tive o privilégio de conhecer pessoalmente, e me encantar por verificar que , apesar de tudo, ainda há homens com brasilidade verdadeira , em um ou outro sindicato neste pais – voltemos a ele, como tema de reflexão para o novo ano que se inicia.
Feliz 2012 para todos nós, sob a infinita misericórdia divina para com os habitantes deste planeta.
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