05 de outubro de 2011. Data histórica para uma categoria funcional que se mobiliza em busca dos seus direitos. Sim, esta data, principalmente agora nos dá uma imagem tridimensional do que realmente somos. Ou do que realmente alguns são.
Naquela manhã, bem cedinho, vi uma multidão a se aglomerar por baixo de um Poder estrutural. A Cléo, uma espécie de matrona, tentava ditar as ordens e estabelecer o que ela achava que deveria ser, uma espécie de tirania sacralizada. Ordens que a tudo reduzia, castrava, diminuía e apequenava. Vi também, pessoas altivas e outras tristes, amontoadas embaixo da famosa mangueira, se contorcendo unidas pelos cantos do concreto quente e desolante. Vi também, pessoas com camisas estampando a logomarca do movimento, que emitiam informações precisas a corte tal qual um esbelto e bravo pombo correio.
Muitas vezes tomamos atitudes que podem nos levar ao caminho do bem ou do mal. Muitas vezes agimos por interesse pessoal, nos esquecendo dos companheiros de jornada. É nessa hora que realmente mostramos a nossa outra face. O véu de muitos já caiu, portanto, já não conseguem esconder o cinismo de sua mesquinhez, infelizmente.
Muitas vezes erramos mais por agir com imprudência pensando que estamos agindo com coragem. A coragem, muitas vezes, está em não agir. O que muitos confundem com covardia. Não sei como os psicólogos e filósofos vêem isso. Mas como nem sou uma coisa nem outra, posso ver como vejo, sem medo de ver, sem medo de pensar.
Você colega, você leitor, está querendo fazer o que deve ser feito, ou está a fim de favorecimento? Nunca perca seu tempo esperando favores nem favorecimentos. Eles sempre constrangem os preparados. O mais importante na ação é o conhecimento do que realmente queremos. Lembre-se sempre de que você é o que pensa, mas nem sempre você é o que você pensa que é.
Nunca imaginei que pudesse haver tanta falsidade no nosso meio, mas, um punhadinho de dinheiro e cargo a muitos seduz. Na minha opinião todas as pessoas são um pouco falsas a diferença é que algumas pessoas sabem fingir e outras não. Posso até dizer que alguns garbosos colegas, nessa mercearia fazendária, já encontraram um manequim profissional ideal: um bustiê, uma mini-saia, um batom “boca louca” e uma bolsinha rodopiando ao lado do Poder.
Perdoem-me, talvez as coisas não terminem como eu gostaria que terminassem. Talvez não terminem, talvez esfriem mais ou talvez não exista mais nada. Mas quem vai dizer ou definir não vou ser eu nem ninguém, vai ser o tempo. Estou tomado pelo sentimento de como as coisas passaram tão rápido e estão indo mais rápido ainda. Amizades de muitos anos, outras nem tanto, mas sei que foi tempo suficiente para superar muitas coisas que houve no meio do caminho. Pessoas, pedras, hipocrisias, relacionamentos. Nada disso foi suficiente para nos destruir nesse tempo, então, ainda não consigo compreender como algo aparentemente indestrutível de repente está tão sensível, quebradiço e sem vergonha. O que me resta é nada. Esperar, lutar, fazer o que faço enquanto ainda restam alguns que não se dobram e assim justifique.
Já escrevi em um dos meus textos que nós, seres humanos temos uma “marca” que é o nosso nome, construído ao longo do tempo. São esforços ou desatenções repetidas, que nos levam a um conceito social bom ou mal. Construir uma boa imagem que estampe o seu nome é um trabalho duro, cotidiano, da vida toda. Quanto vale o seu nome colega, qual o seu preço? Diga a verdade a(o) sua/seu esposa(o), diga aos seus filhos. Talvez, R$1,99. É preço de feira de mangaio.
Amadeu Robson Machado Cordeiro é Auditor Fiscal e colunista do www.blogdoafr.com.br, www.patosemcena.com.br; www.fenafisco.org.br; www.aafep.com.br; www.sindifiscopb.org.br e colaborador: www.clickpb.com.br;www.polemicaparaiba.com.br;
NOTA DO EDITOR: Os textos dos articulistas não reflete necessariamente a opinião do BLOG do AFR, sendo de única e exclusiva responsabilidade de cada autor.
Leia também:
Greve do Fisco: advogado explica como governador pode tratar impasse
Após 43 dias parados, auditores da Paraíba retomam atividades